Deus Ex Machinarium
• (PC, 2009, Adventure, Amanita Design)

por Gustavo F. Duarte

Ao jogar a demo de Machinarium, jogo independente que roda em Flash, no meio do ano passado, já fui conquistado por seu belo visual e por tudo o que ajudava a criar uma atmosfera adorável, fantástica e intrigante. O reduzido tempo da demonstração só me fez querer jogar a versão completa, o que realizei agora.

O visual do jogo, como dito, é o que primeiro chama a atenção, com maravilhosos desenhos feitos à mão. A cor predominante dos cenários é a cinza, não um cinza depressivo como vemos em alguns jogos, mas algo que contribui para o clima utópico de um mundo habitado exclusivamente por máquinas. Isso é intensificado pela trilha sonora minimalista e envolvente.

Aliás, minimalista é um bom adjetivo para esse jogo, pois nele não há nenhum diálogo textual, apenas por meio de figuras, sons e expressões, e isso ajuda a criar um saboroso apelo universalista. A ausência de texto não faz falta nenhuma, porque ainda assim tive uma experiência mais imersiva do que em outros games com roteiros e falas elaboradíssimas. Os personagens (que não têm nome) são extremamente carismáticos, principalmente o que controlamos.

O centro de sua jogabilidade está na resolução de quebra-cabeças quase todos baseados apenas em lógica. E nesse caso, mais uma vez a criatividade brilha forte neste game, possuindo uma gama extensa em quantidade e tipos de puzzles diferentes, que me deram bastante trabalho mental e agradaram muito. Até porque não há nada mais gratificante num adventure do que aquela sensação após resolver um puzzle e criar empenho para ir para o próximo, e isso Machinarium oferece com maestria.

Machinarium é um jogo original, belo e criativo. Não apenas isso, mas um dos melhores games que já joguei. E o fato de ser independente só me faz refletir sobre o talento presente nessa parte “paralela” da indústria de jogos eletrônicos, que merece total atenção dos gamers.